quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sensitive

Eu choro pelas coisas bonitas, eu choro pelas coisas feias, eu choro pelas coisas ruins, eu choro pelas coisas boas. Eu me permito chorar por tudo. Pelas coisas que eu vejo, pelas coisas que eu sinto, pela necessidade de extrair meus sentimentos de alguma forma. Provavelmente eu surtaria se os guardassem só pra mim. Talvez eu esteja afrontando o mundo querendo mostrá-los pra todos, ou talvez eu esteja fazendo um favor, mostrando que ainda há pessoas de carne, osso e coração por aí. E por tanto tempo eu me sentia congelada, maltradada por uma dor que me assombrava desde que eu nasci. Mas aos poucos fui descobrindo como eu tenho um coração sensível como poucos, que não aguenta toda essa pressão e precisa se jogar pro mundo. E aí...ninguém pode comigo quando eu decido dizer o que eu sinto. Acho que cada um deveria se manter na sua área com o direito de se pronunciar. Mas estão todos tão amarrados, tão receiosos com o mundo. Parece que é mais fácil se trancar dentro de si mesmo e fingir que nada tá acontecendo.  Parece que ninguém mais sente a necessidade ou sequer a vontade de preencher a vida. E aí essa vida decide escapar pelos dedos, sem ninguém com a menor intenção de segurá-la. E aí aqueles pequenos momentos, tão preciosos, tornam-se apenas uma felicidade efêmera, confusa e irreal.
Tudo que sobra é um vazio e o que falta é um coração. 
Por muito tempo, eu odiava ser tão sensível. Queria ter nascido sem essa sensibilidade à flor da pele; dói a alma, o coração, a mente. É como se desgastasse e consumisse além do que eu tenho. Mas se não fosse desse jeito, eu provavelmente não veria as coisas e as pessoas como elas são, e acabaria uma morta-viva, um robô. Ninguém quer ser robô, mas alguns não têm escolha. 
Talvez nada disso faça sentido nenhum, ou talvez faça todo o sentido do mundo.  Pra mim, pro meu mundo, e acredito que pro de alguém também.  Espero. Eu crio o sentido que a minha mente permite. Isso basta.


~~


 Acho que as pessoas estão precisando de um pouco de vida. Acho que a vida está precisando de um pouco de pessoas. 

6 comentários:

Ellie Amundsen disse...

Seu texto não poderia ter vindo em melhor hora, Jessie. Tudo o que tenho a dizer é obrigado.

L. disse...

''(..) Mas aos poucos fui descobrindo como eu tenho um coração sensível como poucos, que não aguenta essa toda essa (...)'' Acho que tem um ''essa'' a mais, rs.
Eu adorei, que texto lindo, adorável realmente. Eu concordo plenamente com você. Eu mesma estou tão largada, desgosto da vida por alguns motivos, e é nessas horas eu esqueço que tive bons momentos na vida e que ela só será boa comigo se eu quiser que ela seja.

Jessie disse...

Nossa, é mesmo. Sempre tive esse problema de repetir palavras em textos. Obrigada. :)
E fico feliz que tenha sido importante pra vocês como foi pra mim.

Camila Caldeira disse...

São textos como esse que me deixam sem palavras.
Inspirador.

brenda matos disse...

Faz todo sentido pra mim, Jessie.
Eu, como você, sempre odiei ser sensível demais. Nunca consegui prender os sentimentos dentro por muito tempo, sempre os cuspia.

Você falou uma coisa certa: Não basta carne e osso, tem que ter coração.

Beisho.

Audy disse...

Basicamente o que eu sinto desde pequena.

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