sábado, 16 de outubro de 2010

Felicidade

Engraçado como eu continuo fazendo as mesmas coisas todos os dias e ainda espero que tudo mude. Patético. Mais patético é essa falsa esperança que eu alimento, de que algum milagre repentino vai acontecer e tudo vai mudar, como se a minha felicidade fosse cair do céu.
Mas acho que nem isso posso dizer, "minha felicidade". Não posso chamar de meu algo que eu nunca tive. Na verdade, não posso chamar de meu algo que eu sequer sei se existe. Talvez seja algo inventado da cabeça do ser humano, pra fazê-lo viver com um falso sentimento.
Mas se ela existe, pra onde vai essa felicidade? Pra mim, jamais apareceu. Deixei a porta aberta esperando e apenas dei lugar aos meus próprios medos. Mas...o que é felicidade? Aquilo que nos move, ama e mata, nos enche de esperança e depois nos descarta. Felicidade é utopia.



Texto escrito no dia 19 de maio de 2010.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Raiva Contida

Não consigo ficar calada. Parece até que se eu ficar com aquelas palavras presas na garganta, vou adoecer. Não importa o que eles digam, sintam, significam; de alguma forma elas precisam sair.
O problema é que eu, nessa minha imbecilidade típíca de ser humano, as solto das piores formas possíveis, e ironicamente, nas melhores pessoas. Fico pensando em o quão ruim eu sou por não saber lidar com a minha raiva, e tudo que eu consigo fazer com ela é descarregá-la nos outros.
É como se eu precisasse de alguém pra machucar, caso contrário eu morro engasgada com a minha própria raiva. Como Hendrix, que morreu engasgado na própria angústia. Talvez isso que me resta nessa vida. Esse ódio vai comendo a minha alma aos poucos, até eu não sentir mais nada por dentro, até eu machucar tudo e todos, e mesmo assim essa raiva não vai embora.
Acho que já virou parte de mim, devo ter nascido com isso. Chorei de raiva ao nascer. Raiva da minha mãe, que não me quis, raiva do mundo, que eu não quis.
E hoje eu não sei me decidir entre querer e não querer. Querer é muito arriscado, com tudo se destruindo lá fora. Acho que é mais seguro por agora ficar aqui, deitada na minha cama, com a minha vida previsível, guardando minha raiva pra vomitá-la na primeira pessoa que aparecer. Mas nunca é qualquer pessoa. A vida poderia ser mais fácil e me trazer alguém que eu possa vomitar toda a minha raiva sem sentir remorso algum depois. Mas ela é sacana, essa vida, sempre me traz alguém que não merece isso, e que no fundo eu me importo, mas sou orgulhosa e idiota demais pra demonstrar. Como se eu fosse desmoronar caso demonstrasse qualquer tipo de sentimento.

Já descobri que é isso que eu faço melhor que ninguém: decepcionar as pessoas que eu amo.



Texto escrito em 18 de junho de 2010, às 3h46 da manhã.

domingo, 10 de outubro de 2010

Desconserto


A mente vai se despedaçando aos poucos, deixando alguns resquícios pelos lugares onde passamos, até se deteriorar completamente. E após esse armagedon do cérebro, como poderemos ter força pra resgatar aquilo que sobrou? O que sobrou? Nada sobrou. Não se tem conserto. Está tudo desconsertado.
Quando limita-se a mente, ela vai se perdendo. Isso acontece com quem não existe, mas acredita que existe. Vive-se tão cegamente que não se sabe o que é real e o que não é. Vejo as pessoas na rua que dizem existir. Talvez suas almas estejam mortas. Às vezes passo pelos lugares me perguntando se alguém desconfiaria do estrago que está a minha alma. Talvez esteja mais morta do que qualquer outra, mas já seria decadente além da conta tornar isso em uma competição.
O que uma alma precisa ter pra ser completa? Pra ser vivida? Completamente preenchida? Talvez, no fundo, isso não exista. Felicidade seja apenas uma ilusão comercial, uma utopia da mente insana do ser humano, que de tanto criar o impossível, achou que podia inventar um sentimento. A verdade é que não existe alguém completamente feliz com tudo em sua vida. Felicidade plena não existe. Só querem que ela exista, fazem de conta, atuam, escrevem. Mas ela não é real. O ser humano tem uma capacidade imensurável de se fazer de tolo, por qualquer coisa que o outro diga que acredite.
 

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